Estou cada vez mais maravilhado com o poder das palavras. Juntando o meu trabalho, que tem o objetivo de analisar significados e desmembrar discursos, estou adquirindo um hábito tardio de ler. Ler em demasia. Ler com o olhar crítico, detalhista e fulgás, abosrvendo cada imagem que o texto pode proporcionar. E cada letra, com sua vida própria, diz de algo que me serpenteia no emaranhado de significantes que envolve cada sujeito. É nela que me entendo, exponho e analiso. Na escuta, acabo por me encontrar desatinadamente seguindo o caminho que abre a palavra para o rumo de uma ligação quase química, quase orgânica, constituinte do nosso ser. Ela pode ser bela o bastante para traduzir sentimentos e articular idéias. Inveja tenho daqueles que, com absoluto louvor, são capazes de utilizar com exatidão o valor da palavra.
Desligo-me da imagem dada por um instante para saborear o mistério do que é não dito pelo olhar. Enverodo-me pelo imaginário até muitas vezes desafogando fantasmas. A palavra fornece encontros. E encontros tácitos, falantes de uma troca nunca buscada. E é singular, único. A experiência é única. Valho-me de Garcia Marques, Drummond, Guimarães, Calligares, Lacan, Clarice(s), Drexler, Kátia B, Amarante, Dri, Jo e vai...
É um mundo sem limites.
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