quarta-feira, setembro 30, 2009


Sempre gostei de ler pessoas que, ao escreverem, deixam algo no ar.
Como uma nuvem de casas prontas para receberem seus botões.

terça-feira, setembro 29, 2009

Pérola Internética!

domingo, setembro 20, 2009

"Como na música a razão é uma palavra que inúmeras vezes aflige e distorce... limito-me a dizer que um espírito musical anseia por coisas diferentes... melodias escondidas, um loop que seduz, um beat que se cola, um improviso que contagia, um ritmo que dá energia, uma voz que cura..."

Para mim, sempre um prazer falar de música.

Tudo bem. Admito estar um pouco sem inspiração. Posto alguns vídeos, trago dicas daquilo que me toca...
Mas acho tão difícil pôr em palavras o que a música me oferta.

São sensações.

Ontem vi a rouca Martnália cantando ao lado de Madeleine Peyroux com aquela ginga e doçura que só é dela. Imediatamente, ao escutar os primeiros sopros, sou tomado de uma paz. Um sorriso me escapa. E arrepio até o final da canção.

Não há palavras. Não há razão.

E neste post trago a dica
deste blog. De onde tirei o trecho acima. Às vezes ousamos e tomamos emprestado do outro algo que nos põe a dizer. Nele também há pouca coisa escrita, mas sempre novidades e boa música.

Pois é. Um convite às sensações, não?

Aqui vai o meu:

Silas The Magic Car
por Mew

quinta-feira, setembro 10, 2009

"Este ensaio é dedicado ao homem ordinário. Hérói comum. Personagem disseminada. Caminhante inumerável. Invocando, no limiar de meus relatos, o ausente que lhes dá princípio e necessidade, interrogo-me sobre o desejo cujo objeto impossível ele representa. A este oráculo que se confunde com o rumor da história, o que é que pedimos para nos fazer crer ou autorizar-nos a dizer quando lhe dedicamos a escrita que outrora se oferecia em homenagem aos deuses ou às musas inspiradoras?

Este herói anônimo vem de muito longe. É o murmúrio das sociedades. De todo o tempo, anterior aos textos. Nem os espera. Zomba deles. Mas, nas representações escritas, vai progredindo. Pouco a pouco ocupa o centro de nossas cenas científicas. Os projetores abandonaram os atores donos de nomes próprios e de brasões sociais para voltar-se para o coro dos figurantes amontoados dos lados, e depois fixar-se enfim na multidão do público. Sociologização e antropologização da pesquisa privilegiam o anônimo e o cotidiano onde zooms destacam detalhes metonímicos - partes tomadas pelo todo.

Lentamente os representantes que ontem simbolizavam famílias, grupos e ordens, se apagam da cena onde reinavam quando era o tempo do nome. Vem então o número, o da democracia, da cidade grande, das administrações, da cibernética. Trata-se de uma multidão móvel e contínua, densamente aglomerada como pano inconsútil, uma multidão de heróis quantificados que perdem nomes e rostos tornando-se a linguagem móvel de cálculos e racionalidades que não pertencem a ninguém. Rios cifrados da rua".

(Michel de Certeau, em A Invenção do Cotidiano)

quarta-feira, setembro 09, 2009

Jô, sobre a escrita:

"Ela entra onde você não está"

segunda-feira, setembro 07, 2009

Música: Starstruck
Banda: The Low Frequency in Stereo

Ainda vou construir uma videoteca...




Conheci este garoto nesta semana.
Ele tinha 16 anos quando lançou seu CD. Seu nome: Vinícius. Sua arte: Yoñlu.
Um adolescente que, devorado pelos seus próprios pensamentos, escolhe ir-se.
Seu legado: um álbum versátil, poético, criativo e, ao mesmo tempo, adolescente.
Ele escreveu as letras, criou as melodias e desenhou toda arte do disco.
Um fenômeno.
Soube que lia Kafka aos 12 anos.

Em sua carta de despedida ele diz:

"Eu acredito que a cadência e a harmonia certas no momento certo podem despertar qualquer sentimento, inclusive o da felicidade nos momentos mais sombrios’’.

Que deixemos de lado, neste momento, os porquês e apreciemos sua arte. Esta, incontestável.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Concerto poema-sinfônico

Ontem foi o dia em que, pela segunda vez, pude apreciar um concerto. E posso dizer que me sinto agora um iniciante na cena musical erudita.

Há algum tempo adquiri o livro "O Resto é Ruído" de Alex Ross. Nele, o crítico de música da New Yorker aborda o cenário da composição clássica, com suas histórias e curiosidades de autores como Debussy, Mahler, Strauss e outros, relacionando-os com a música popular e contemporânea. Leio-o aos poucos. Aprendendo e me deliciando.

Para ler o livro, Ross sugere que acompanhemos sua envolvente descrição através de seu
site. Neste você pode acompanhar em áudio as partes as quais cita em seu livro das grandes óperas e composições de desde o início do século XX. Cada dissonante.

Pois bem, ganhei este presente, o concerto, de aniversário ontem. Mais uma prévia do que me aguarda o livro e o que ele oferece. Até mesmo para me fazer entender realmente do que se trata a música erudita.

E foi com uma peça de Richard Strauss - Dom Quixote - que Fábio Mechetti, o regente da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, me ensinou o que é reger. A emoção de cada instrumento, a intensidade de cada nota era ele quem comandava. Seus movimentos no palco eram como uma dança. Para quem estava na frente ainda pôde observar certos sorrisos que estampava no rosto no momento do concerto.





"Concerto poema-sinfônico" foi o nome que Mechetti deu a esta apresentação. Segundo ele, a obra de Miguel de Cervantes foi uma das que mais lhe marcou, enquanto filosofia de vida. Ele o cita: "A maior loucura que existe é ver o mundo como ele é, e não como deveria ser".

Belíssimo!

Obrigado, Fernando.