domingo, maio 15, 2005

No meio de toda essa sofisticação da escrita (não que eu não goste, eu acho que se souber fazer fica poético), deparo-me com um belíssimo relato sobre o amor, entranhado em um discurso curto e grosso. Refiro-me ao livro "O Terceiro Travesseiro" de Nelson Luiz de Carvalho. Sobre um pretexto de querer ler um "romance", cai em minhas mãos uma história que suga tudo que me restou de um coração criança. É por esse viés simples da palavra nua e crua que me abalei emocionalmente.
Baseado numa história que realmente aconteceu, brota-se aquele amor que completa, típico do cliché "completamente apaixonado". Mas vem de uma construção, de um gostar além. Cresce quando menos se espera e gera a admiração, o aprender e o compartilhar. Dois amigos nutrem o amor um pelo outro de uma forma inexplicavelmente pura. É isso e pronto. "Ninguém pode me deter". E é por causa desse amor rebelde que os obstáculos são transpostos, o que dá mais força ao casal. Os personagens encantam. "Me sentia o cara mais feliz do mundo". Assim, desse jeito. Simples, puro, encantador.
"Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama- se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera."
(Arnaldo Jabor)
É isso.

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