domingo, maio 15, 2005

Vou robar isso de um post (www.clacastanha.blogger.com.br) já que fecha com chave de ouro o meu post anterior.
Do Amor (Moska)
"Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento, relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor. Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é uma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto,para mim,que o amor se manifesta. A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebe-lo? Como deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine? Minha resposta? O amor é o desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos da uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação, o amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor e quando,diante de seu labirinto decidimos caminhar em linha reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio,com inicio,meio e fim. Não. Não podemos subestimar o amor. Não podemos castra-lo. O amor não é orgânico. Não é o meu coração que sente o amor, é a minha alma que o saboreia. Não e no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém- nascidas. O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida. O amor grita seu silêncio e nos da sua música. Nós dançamos sua felicidade um delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devora-lo. O amor eu não conheço. E é exatamente por isso que eu desejo e me jogo no seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita. Ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto " .
Obrigado, Clarice.

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