domingo, junho 28, 2009

Mais uma vez, volto ao assunto dos dois posts anteriores.
Apenas para dizer que uma das coisas que fazem parte da minha rotina a dois é assistir ao programa Passagem Para..., do Canal Futura. E essa parte não faço questão de mudar. Pelo contrário, vai muito bem, obrigado.

Pois bem.
Vim aqui para dizer, na verdade, do programa.
Então: é um dos poucos que me faz deitar no sofá por 30 minutos em frente à televisão (os filmes - outro hobby - assisto ou no cinema ou na parede de casa com o projetor que bem foi adquirido já há algum tempo). Suas pautas são as viagens organizadas e conduzidas por um apresentador apaixonado por culturas diferentes e que encanta em sua transmissão. Seu nome: Luis Nashbin. Conheci boa parte da América Latina através do seu olhar. Ele filma, entrevista, apresenta e comenta. Sozinho.

E agora, para alegria dos que o acompanham ele criou um blog. E pelo que tudo indica o cuidado é o mesmo, tanto no que se escreve quanto nas outras coisas que se postam, isso se vê.

Portanto, deixo a dica:
Programa Passagem Para...
De segunda a sexta, às 23:00hs no Canal Futura

Ah! E o blog. Claro!
"O debate de hoje concernido, em particular, o laço sexual, desenrola-se, conforme foi previsto há trinta anos por Lacan, entre rotina e invenção".

Jacques-Alain Miller

Acabei de ler.
Nessas horas eu até chego a achar um pouco estranho essas coincidências.

sábado, junho 27, 2009

"Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda bossa é nova e você não liga se é usada
Todo carnaval tem seu fim
Todo carnaval tem seu fim
Pra que mudar?
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz"

Veio a mim, há algumas horas, esse pedaço de poesia de Marcelo Camelo.
Porém, descobri que havia acrescentado uma frase que se encaixava, na verdade, em outra estrofe: "Pra que mudar?"
Ela apareceu a mim em meio a devaneios e profusões sobre o viver junto.
A poesia tem essa função, não? De nos ofertar a liberdade de tirarmos dela algum sentido para nós.
Resolvi considerá-la.
Porque dela extrai um sentido fundamental: mudar pode fazer parte sim de uma rotina.

domingo, junho 07, 2009

Apenas para fazer um adendo ao post anterior: foi meu primeiro post com título.
Também - pensei - pudera! Passei a tarde de ontem, durante algumas boas horas, a vasculhar um título para um livro de Psicologia e Direito que minha querida Aline está organizando. Eu e Jô, sempre companheira. Com direito a abrir uma página qualquer de dicionário na busca de inspiração.
Não conseguimos.
a adolescência

Este termo permeou minha semana de várias formas. Através de leituras de alguns textos, no acompanhamento e discussão de um caso na rede onde trabalho, da possível chegada de uma menina de 16 anos no meu consultório e até de um fragmento de idéia pescado numa palestra de Luis Eduardo Soares, sociólogo que admiro muito, sobre o "limite" - conceito que atravessa constantemente a lida com a adolescência - fragmento este que dizia que o limite só é possível quando acompanhado de uma valorização, de um acolhimento.

A questão da adolescência é algo que não está totalmente ao nosso alcance, mas cabe a nós ter o cuidado de escutá-la, dar-lhe voz. Nela está, ao meu ver, os indícios de uma busca desenfreada e às vezes desorganizada de um sujeito por um lugar no mundo.

Philippe Lacadée nos diz:

"Em busca simultânea por tutela e autonomia, o jovem experimenta seu estatuto de sujeito – para o melhor ou para o pior. Ele testa a fronteira entre o fora e o dentro, joga com as interdições sociais, estuda o seu lugar no seio de um mundo onde não se reconhece muito bem. Inapreensível para os outros e para si mesmo, inscreve a sua experiência, freqüentemente indizível, na ambivalência ou na provocação. Os limites simbólicos na relação com os outros e com o mundo se desenham onde ele experimenta a carência para dizer tudo de seu ser".

E sempre penso que podemos nós psicólogos, educadores, pais, avós, irmãos mais velhos, padrinhos... , em nossa presença, servir-nos a eles, na tentativa de que a construção desse lugar os coloque a se inscreverem do ponto do amor.

Nunca deixei de acreditar nisso.