domingo, junho 07, 2009

a adolescência

Este termo permeou minha semana de várias formas. Através de leituras de alguns textos, no acompanhamento e discussão de um caso na rede onde trabalho, da possível chegada de uma menina de 16 anos no meu consultório e até de um fragmento de idéia pescado numa palestra de Luis Eduardo Soares, sociólogo que admiro muito, sobre o "limite" - conceito que atravessa constantemente a lida com a adolescência - fragmento este que dizia que o limite só é possível quando acompanhado de uma valorização, de um acolhimento.

A questão da adolescência é algo que não está totalmente ao nosso alcance, mas cabe a nós ter o cuidado de escutá-la, dar-lhe voz. Nela está, ao meu ver, os indícios de uma busca desenfreada e às vezes desorganizada de um sujeito por um lugar no mundo.

Philippe Lacadée nos diz:

"Em busca simultânea por tutela e autonomia, o jovem experimenta seu estatuto de sujeito – para o melhor ou para o pior. Ele testa a fronteira entre o fora e o dentro, joga com as interdições sociais, estuda o seu lugar no seio de um mundo onde não se reconhece muito bem. Inapreensível para os outros e para si mesmo, inscreve a sua experiência, freqüentemente indizível, na ambivalência ou na provocação. Os limites simbólicos na relação com os outros e com o mundo se desenham onde ele experimenta a carência para dizer tudo de seu ser".

E sempre penso que podemos nós psicólogos, educadores, pais, avós, irmãos mais velhos, padrinhos... , em nossa presença, servir-nos a eles, na tentativa de que a construção desse lugar os coloque a se inscreverem do ponto do amor.

Nunca deixei de acreditar nisso.


Um comentário:

Joanna disse...

: )
uau