Ira-pé
"Deus sabe que, entre gatos e pombos, eu sou francamente pela primeira espécie. Acho os pombos um povo horrivelmente burguês, com o seu ar bem-disposto e contente da vida, sem falar na baixeza de certas características de sua condição, qual seja a de, eventualmente, se entredevorarem quando engaiolados."
(De Pombos e de Gatos, Vinícius de Morais)
sábado, dezembro 03, 2005
sábado, outubro 22, 2005
"Metade Deus. Metade Diabo. Na exata medida, como é a vida. Num único espaço e tempo estão os dois juntos porque radicalmente diferentes e necessários um ao outro: não há vida sem morte, prazer sem dor, sim sem não, princípio sem fim, agudo sem grave, veloz sem lento, grande sem pequeno.
Deus sem o Diabo."
Herbert de Souza
Deus sem o Diabo."
Herbert de Souza
segunda-feira, outubro 17, 2005
segunda-feira, junho 27, 2005
Estou cada vez mais maravilhado com o poder das palavras. Juntando o meu trabalho, que tem o objetivo de analisar significados e desmembrar discursos, estou adquirindo um hábito tardio de ler. Ler em demasia. Ler com o olhar crítico, detalhista e fulgás, abosrvendo cada imagem que o texto pode proporcionar. E cada letra, com sua vida própria, diz de algo que me serpenteia no emaranhado de significantes que envolve cada sujeito. É nela que me entendo, exponho e analiso. Na escuta, acabo por me encontrar desatinadamente seguindo o caminho que abre a palavra para o rumo de uma ligação quase química, quase orgânica, constituinte do nosso ser. Ela pode ser bela o bastante para traduzir sentimentos e articular idéias. Inveja tenho daqueles que, com absoluto louvor, são capazes de utilizar com exatidão o valor da palavra.
Desligo-me da imagem dada por um instante para saborear o mistério do que é não dito pelo olhar. Enverodo-me pelo imaginário até muitas vezes desafogando fantasmas. A palavra fornece encontros. E encontros tácitos, falantes de uma troca nunca buscada. E é singular, único. A experiência é única. Valho-me de Garcia Marques, Drummond, Guimarães, Calligares, Lacan, Clarice(s), Drexler, Kátia B, Amarante, Dri, Jo e vai...
É um mundo sem limites.
Desligo-me da imagem dada por um instante para saborear o mistério do que é não dito pelo olhar. Enverodo-me pelo imaginário até muitas vezes desafogando fantasmas. A palavra fornece encontros. E encontros tácitos, falantes de uma troca nunca buscada. E é singular, único. A experiência é única. Valho-me de Garcia Marques, Drummond, Guimarães, Calligares, Lacan, Clarice(s), Drexler, Kátia B, Amarante, Dri, Jo e vai...
É um mundo sem limites.
quinta-feira, junho 02, 2005
domingo, maio 15, 2005
Vou robar isso de um post (www.clacastanha.blogger.com.br) já que fecha com chave de ouro o meu post anterior.
Do Amor (Moska)
"Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento, relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor. Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é uma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto,para mim,que o amor se manifesta. A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebe-lo? Como deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine? Minha resposta? O amor é o desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos da uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação, o amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor e quando,diante de seu labirinto decidimos caminhar em linha reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio,com inicio,meio e fim. Não. Não podemos subestimar o amor. Não podemos castra-lo. O amor não é orgânico. Não é o meu coração que sente o amor, é a minha alma que o saboreia. Não e no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém- nascidas. O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida. O amor grita seu silêncio e nos da sua música. Nós dançamos sua felicidade um delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devora-lo. O amor eu não conheço. E é exatamente por isso que eu desejo e me jogo no seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita. Ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto " .
Obrigado, Clarice.
No meio de toda essa sofisticação da escrita (não que eu não goste, eu acho que se souber fazer fica poético), deparo-me com um belíssimo relato sobre o amor, entranhado em um discurso curto e grosso. Refiro-me ao livro "O Terceiro Travesseiro" de Nelson Luiz de Carvalho. Sobre um pretexto de querer ler um "romance", cai em minhas mãos uma história que suga tudo que me restou de um coração criança. É por esse viés simples da palavra nua e crua que me abalei emocionalmente.
Baseado numa história que realmente aconteceu, brota-se aquele amor que completa, típico do cliché "completamente apaixonado". Mas vem de uma construção, de um gostar além. Cresce quando menos se espera e gera a admiração, o aprender e o compartilhar. Dois amigos nutrem o amor um pelo outro de uma forma inexplicavelmente pura. É isso e pronto. "Ninguém pode me deter". E é por causa desse amor rebelde que os obstáculos são transpostos, o que dá mais força ao casal. Os personagens encantam. "Me sentia o cara mais feliz do mundo". Assim, desse jeito. Simples, puro, encantador.
"Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama- se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera."
(Arnaldo Jabor)
É isso.
sábado, maio 07, 2005
quarta-feira, abril 20, 2005
"... em todo projeto grupal (...) cada sujeito está perseguindo, isolada e coletivamente a eterna questão dos entido. Em outras palavras, a ação grupal deve cobrir um vazio, ela deve ser doadora de sentido, livrando o indivíduo e o grupo de um desespero impossível de suportar."
(Castro e Araújo)
Minha homenagem à turma que caminha com um projeto (Irapé), antes enclausurado no imaginário, hoje alimentando sonhos, desviando e criando perspectivas e fazendo diferença onde o lugar de uma escuta inexistia.
(Castro e Araújo)
Minha homenagem à turma que caminha com um projeto (Irapé), antes enclausurado no imaginário, hoje alimentando sonhos, desviando e criando perspectivas e fazendo diferença onde o lugar de uma escuta inexistia.
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